Drottninghög

Drottninghög, uma área residencial localizada a 3 km a nordeste do centro de Helsingborg que faz parte do “Programa Milhão” —iniciativa sueca que visava construir um milhão de unidades habitacionais entre 1964 e 1974. Foi idealizada como projeto-piloto para sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Socialmente, a área tem como possibilidade o adensamento urbano, com unidades habitacionais relativamente acessíveis e do mesmo tamanho, todas para aluguel pela Hem de Helsingborg, atraindo um público demográfico semelhante.

Lentamente, após décadas de deterioração, uma lacuna significativa entre a receita de aluguel e as necessidades urgentes de manutenção surgiu. A estratégia envolve tanto a densificação, aumentando as unidades habitacionais de 2.000 para 4.000, quanto a venda de terrenos para desenvolvimento comercial.

Ambientalmente, o desafio envolve habitações de baixa qualidade que não atendem aos requisitos energéticos atuais ou futuros, com baixa densidade em uma área relativamente central e um modelo de desenvolvimento muito dependente de carros particulares por meio de um sistema de estradas superdimensionado, grandes estacionamentos e conectividade insuficiente para ciclistas e pedestres.

O “Programa Milhão” reflete os fortes ideais de uma era ideológica anterior. Embora muitas dessas áreas indiquem densidade urbana, a falta de diversificação programática resultou no contrário. Desde 2007, a maioria da população mundial vive em cidades, um estilo de vida abraçado pelos escandinavos. Nem o “Programa Milhão” nem Drottninghög conseguem satisfazer o sonho suburbano ou urbano. O “Programa Milhão” é baseado em ideais quantitativos e programáticos com a noção de que “Tamanho único serve para todos”, fornecendo um quadro seguro para a adolescência de Tommy e Annika. No entanto, no mundo globalizado da atualidade, com excesso de tempo livre e crescentes ideais individuais, o desejo de se destacar é inevitável. Frases como “Total Make Over”, “Pimp my Ride” e “Pimp My Home” enviam uma mensagem clara: “Tamanho único não serve para ninguém”. O genérico não é mais atraente, e não podemos realizar um milhão de sonhos de uma vez.

Nossa estratégia específica muda de quantidade para qualidade, visando desbloquear o potencial único na situação local. Isso envolve dar a cada área e bairro uma identidade distinta com base em qualidades naturais, locais e históricas, bem como potenciais comerciais, culturais, sociais, tipológicos e infraestruturais. Ao substituir áreas habitacionais aparentemente idênticas e concorrentes, pretendemos criar uma rede dinâmica de áreas complementares.

A ambição quantitativa do “Programa Milhão” se funde com uma intervenção local qualitativa e feita sob medida.